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Horto de Incêndio

Teresa Chow

O Horto de Incêndio de Al Berto aparece aqui apenas como pretexto para experimentar o papel que relações de hipertexto (ou talvez até de hipermedia, num sentido mais alargado, numa possível deriva futura do trabalho) podem assumir num objecto-livro.

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O trabalho desenvolvido ao longo do semestre assumiu uma vertente mais experimental do que a intenção de chegar a um produto final acabado, fechado. Deste modo, de forma livre e sem grande aparato técnico, começaram as primeiras experiências de ligações possíveis entre palavras (ou palavras da mesma família) que se repetiam entre os poemas que tínhamos em mãos. Percebemos assim que há palavras que vão construindo universos pela sua repetição, em detrimento de constituírem ocorrências isoladas em cada poema. Há uma forma diferente de ler que nos é proposta.

Numa etapa posterior, tentando encontrar mais rigor na procura de objectos que pudessem dar corpo a esta ideia, recorreu-se não só a grelhas para compor o texto, como também foi tomada mais em atenção a possibilidade de reprodução do livro (criação de uma matriz — ficheiro inDesign).

O projecto não se quer dar por concluído, mas sim como o início de um trabalho que pode vir a crescer no futuro, e tomar contornos mais definitivos.

TÉCNICAS E FERRAMENTAS

Adobe InDesign, impressão jacto de tinta sobre papel, encadernação com ataches, cartão prensado.

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Teresa Chow (Porto, 1993). Especializou-se em Cerâmica na Escola Artística de Soares dos Reis, e actualmente está a concluir a Licenciatura em Artes Plásticas, ramo de Escultura, na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Pelo caminho, passou ainda pelo Foundation Degree in Diagnostic Studies da Central Saint Martins College of Art and Design e pelo 1.º ano do Mestrado Integrado da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. No centro de interesses variados estão o desenho, a fotografia e uma curiosidade especial pelas línguas.

Odisseia

Bárbara Pinto

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Odisseia nasce da vontade de querer contar uma história que fosse para além das palavras e para tal vi grandes possibilidades no databending, inspirada pelo formato, conceito e título do álbum Odyssea dos Indignu. Segundo o dicionário, uma odisseia é uma “viagem cheia de aventuras extraordinárias”; esta Odisseia é a história de uma viagem sob o efeito de uma substância psicoativa, ou melhor, um diário dessa viagem. Este divide-se em 6 capítulos de texto e imagem. Para as imagens foram seleccionadas 6 fotografias que foram posteriormente pintadas com tintas acrílicas com o intuito de eliminar a identidade e dar um efeito de distorção, como uma espécie de databending analógico.

https://www.youtube.com/watch?v=eFsamlZ9msc

 

Cada capítulo termina com a união do texto com os dados da imagem, um glitch criado pela união dos mesmos no Audacity. O objectivo é que à medida que os capítulos vão avançando consigamos sentir os efeitos da substância a alterar a percepção da imagem.

A história termina com uma música criada com sons gerados pelo databending. A música pretende acompanhar e complementar a viagem, o ruído corrosivo vai evoluindo ao longo da mesma até chegar a um ponto máximo, o clímax. Odisseia culmina num objecto final, editorial, que une todos estes elementos num só.

TÉCNICAS E FERRAMENTAS

  • Acrílico sobre fotografia.
  • Adobe Photoshop.
  • Audacity (importação dos dados raw dos ficheiros de texto e das imagens-colar o texto na imagem).
  • Ableton (montagem da música final).
  • Adobe InDesign (editorial).
  • Adobe Premiere Pro (vídeo feito com cortes e colagens de todas as imagens presentes no livro para efeitos de partilha da música).

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Bárbara Pinto (Santo Tirso, 1995) estuda Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.

Loucurb-/.

Marta Silva

Loucurb

Loucurb-/. consiste num projecto de manipulação com técnicas de databending aplicadas a um exercício de design editorial, que tem como ponto de partida e inspiração o trabalho Shakespeare.txt.jpg de Tom Scott. O objecto final consiste num livro ilustrado com imagens e manipulado a partir de databending. O texto que escolhi paginar é “Loucura…” de Mário de Sá-Carneiro e a organização e concepção do livro foi pensada de forma a estar directamente relacionada com a narrativa. O livro pode ler-se a partir dos dois lados, sendo um dos lados paginado com o texto original sem manipulação e o outro com o texto corrompido através de conversão e compressão JPEG aplicada ao mesmo. Cada lado está dividido em dez capítulos, cada um deles ilustrado com uma imagem de glitch art.

Em todo o projecto mantive presente a ideia de dualidade, de duas partes diferentes que coexistem. A estrutura dual do livro questiona a origem da loucura na narrativa e o seu fim, se os há em algum momento, aliada também ao tema das imagens, a estátua de um homem e de uma mulher, relacionadas com a temática do texto e que remetem para a relação entre as duas personagens fulcrais. Todos os componentes remetem para uma representação de dualidade, ambiguidade, ciclo, e a utilização de ficheiros corrompidos está intimamente ligada à temática de corrosão e deterioração estética que envolve a história.

Loucurb (5)

A finalidade do meu projeto não é somente produzir um artefacto de design editorial mas também chamar a atenção para possíveis usos não convencionais de glitch art, das técnicas de databending e dos meios digitais como forma de ilustrar e acentuar ideias, como métodos complementares de dar sentido e salientar as características de um projeto, promovendo e incentivando a utilização deste tipo de técnicas como ferramentas multidisciplinares.

https://www.youtube.com/watch?v=MH39KB5JnBQ

TÉCNICAS

Para realizar este projecto apliquei técnicas de databending e compressão entre imagens, texto e som. Para corromper e comprimir o texto utilizei o Adobe Photoshop, abrindo o texto no programa como dados RAW e guardando a imagem que surge deste processo em JPEG. Para este processo os graus de compressão podem variar, tendo aqui utilizado a compressão na qualidade máxima, pois preferi manter o texto um pouco reconhecível de modo a poder relacionar-se mais facilmente com o texto original. Esta imagem é posteriormente aberta com um editor de texto, originando assim o texto corrompido.

https://www.youtube.com/watch?v=MxTtUBqcezg

O glitch das imagens foi produzido no Audacity, abrindo a imagem com extensão .bmp como dados RAW, adicionando efeitos de som à imagem e exportando. Também a partir do Audacity exportei o áudio que obtive da narrativa completa e que utilizei na produção do vídeo.

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Marta Silva (Guimarães, 1995) estuda Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Com uma constante curiosidade pela produção artística, revela particular interesse por design editorial.