The Other Sight
Filipa Castro
“The Other Sight” foi um projecto realizado numa outra Unidade Curricular, que consistiu numa instalação composta por 5 televisões em que cada uma transmitia uma conjunto de cenas retiradas dos filmes de Alfred Hitchcock, sincronizadas entre si. Estas cenas foram selecionadas com um critério base, técnica utilizada pelo realizador, em que o personagem olha ou se dirige directamente para a câmara. A finalidade era criar uma narrativa em cibertexto, que passa-se pela forma como a imagem interage com o espectador.
Tendo tido como referência e ponto de partida o projecto em cima descrito, procurei representar o mesmo conceito numa vertente diferente. Onde a interacçao não passa só pelo facto da personagem do outro lado do ecrã se dirigir ao espectador, mas esta só faz quando existe movimento por parte do espectador. Isto é, em vez de ser uma narrativa previamente sincronizada e delineada, é o movimento do espectador que acciona o começo de cada uma das cenas que vão sendo reproduzidas de forma aleatória.
Comecei por criar ficheiros individualizados com as respectivas cenas dos filmes, para que estas pudessem ser reproduzidas de forma aleatória. A edição das cenas dos filmes passou pela combinação de uma imagem vídeo sem áudio, uma fala áudio, sem imagem, sincronizadas manualmente. Os ficheiros foram depois exportados de forma a não ter qualquer tipo de áudio nos primeiros milésimos de segundo de forma a não interferir com o loop antecedente a respectiva cena. Seguidamente procurei entender qual seria o melhor processo para conseguir o pretendido. Sendo que tive como ponto de partida um exemplo em que era utilizado a detecção de movimento da câmara, partindo depois para a introdução dos vídeos de forma aleatória, passando pela importação de bibliotecas, e de muita pesquisa de diversos exemplos de código.
Para o intervalo entre cenas, enquanto não há movimento da parte do espectador, procurei seguir a identidade do projecto previamente concebido, criando um efeito loop dos primeiros milésimos de segundo da cena que se seguiria. Coloquei também uma faixa áudio a ser reproduzida continuamente ao longo de toda a narrativa, de forma a unificá-la e ao mesmo tempo criar algum suspense no espectador. Para a construção do meu código foi um pouco “tentativa e erro”, procurei compilar algumas partes de códigos-fonte dos exemplos encontrados, exemplos esses apresentados nas referências, e recorrendo à página de referências do programa Processing, para eventuais esclarecimentos e apoio para a construção do mesmo.
Filipa Alvim de Castro estuda Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.